SITUAÇÕES NO FUTEBOL BRASILEIRO

O imbróglio envolvendo a diretoria do Corinthians e o ex-goleiro titular da equipe, Felipe, parece estar ainda longe do fim e teve mais um capítulo importante nesta quarta-feira. Pouco depois da entrevista coletiva concedida pelo jogador, em que deu sua versão sobre seu afastamento da equipe, o presidente do clube, Andrés Sanchez, e o atleta “bateram boca” durante o programa Jogo Aberto, da TV Bandeirantes.

Inicialmente, Felipe alegou que a decisão de deixá-lo treinando em separado dos demais jogadores partiu da cúpula do Corinthians após o jogador ter apresentado a proposta que recebeu do Genoa, da Itália. Para o atleta, a questão já virou um problema “pessoal” entre ele e Sanchez.
“Acho que sim (é uma questão pessoal com Andrés). Não sei o que fiz de ruim para ele ter toda essa mágoa. Sempre o tratei bem e ele sempre me tratou bem também. Ele é o presidente do clube, e eu fico sem entender atitudes como essa. Já virou uma coisa pessoal”, desabafou o goleiro. “A gente não sabe qual é a real ideia da diretoria, mas creio que a partir de hoje eles devem ter uma posição definitiva. É isso o que eu quero.”

“Apareceram algumas propostas. Depois do Genoa, apareceu uma outra, e o presidente disse que era só o meu empresário assinar e depois mudou de ideia”, continuou Felipe. “Eu só mostrei uma proposta para o clube, que não tinha obrigação nenhuma de aceitá-la. Era só falar ‘você não sai’ e pronto. E eles aceitaram na hora, depois mudaram.”
Durante a entrevista do jogador, Sanchez ligou para a produção da emissora e pediu para entrar no debate. Os dois discutiram em rede nacional e deixaram claro que a permanência de Felipe no clube do Parque São Jorge ficou praticamente inviável.

“Por vários motivos, o Genoa acabou não acertando com o Felipe. Ele pediu para voltar a treinar, e eu disse que poderia voltar, mas em horário diferente dos outros. Simplesmente foi isso o que aconteceu”, explicou o cartola. “O Felipe é um jogador que pode jogar no Corinthians normalmente, só que tem buscar o espaço dele novamente.”

“O único jogador que veio na minha sala em dois anos e meio foi o Felipe, e foi recebido. Vamos deixar as coisas bem claras: um dos empresários do Felipe me ligou falando da proposta do Genoa e eu disse que liberava se fosse bom para o clube e o jogador, mas vocês têm que falar com o Mano Menezes e o Mário Gobbi”, prosseguiu Sanchez. “Depois, o Felipe quis deixar a concentração de táxi e ameaçou ir embora do clube. Ele não veio mais treinar no Corinthians porque estava resolvendo os problemas dele na negociação.”

O ex-goleiro titular do Corinthians, por sua vez, rebateu as afirmações do dirigente e assegurou que a diretoria do clube praticamente o obrigou a rescindir seu contrato. “O senhor é o presidente e fala mais alto, mas então precisa conversar com o Mário Gobbi (diretor de futebol). Porque o Mário me chamou para dizer que eu não fazia mais parte do elenco e deveria rescindir o meu contrato”, afirmou.

Andrés Sanchez, por outro lado, rebateu: “Eu não sei o que ele (Gobbi) falou para você. Você não fez a coisa mais horrível do mundo, mas você sabe que errou. A diretoria também deve ter errado, mas ninguém aqui está menosprezando você. Vamos colocar os pingos nos 'is'. Eu não estou chamando de mercenário. Eu não quero te prejudicar em nada”, disparou o cartola. “Se você vier na minha sala e devolver as luvas que eu te paguei no ano passado, eu te libero na mesma hora.”